24 de agosto de 2008

Aula 4 de tga 1

Unidade. II – ABORDAGEM CLÁSSIC A

A crise do Fordismo e a nova ordem social

· Fordismo: maneira usual de se definirem as características daquilo que muitos consideram constituir-se um modelo/tipo de produção, baseado em inovações técnicas e organizacionais que se articulam tendo em vista a produção e o consumo em massa.

· O Fordismo. se caracteriza como prática de gestão na qual se observa a radical separação entre a concepção e execução, baseando-se esta no trabalho fragmentado e simplificado, com ciclos operatórios muito curtos, requerendo pouco tempo para formação e treinamento dos trabalhadores.

· A linha de montagem é acoplada à esteira rolante, evitando o deslocamento dos trabalhadores e mantendo o fluxo contínuo e progressivo das peças e partes, permitindo a redução dos tempos mortos.

· O trabalho é repetitivo, parcelado e monótono, sendo sua velocidade e ritmo estabelecido independente do indivíduo.

· O trabalhador perde sua qualificação, a qual é incorporada à máquina. Na concepção de Ford, o operário da linha de montagem deveria ser recompensado por esse tipo de trabalho através de um salário mais elevado – o famoso five dollars

· Valoriza-se o trabalho de concepção. Aquele que vai desenhar os produtos, programar a produção, as tarefas, a reparação e manutenção da linha de montagem, sendo realizado isoladamente, fora da linha de montagem.

· A produção alcançou um crescimento assustador: a fábrica da FORD em Detroid passou de 300.000, em 1913, para 2.000.000, em 1923.

· Com este resultado, FORD demonstrou – contrariando os argumentos na época – que seria possível aumentar a produção, reduzir os preços, elevar o consumo e, assim, aumentar as taxas de lucro.

· Apesar do resultado positivo, o Fordismo teve dificuldades de difundir nas EUA e Europa, e isso em razão da resistência dos trabalhadores ao sistema de produção baseado no trabalho rotinizado e fragmentado.

· Nos países periféricos, como o Brasil, a implantação do Fordismo foi deficiente, já que o desenvolvimento industrial ocorreu em termos precários.

· A forte concentração de renda impossibilitou a vigência das características básicas do Fordismo.

· A criação de um mercado/consumo em massa, o compromisso fordista que implicava negociação com os sindicatos e no qual, em troca de elevação dos níveis de produtividade, assegurava-se elevação do nível de vida do trabalhador.

· Os baixos níveis de qualificação e de escolaridade da força de trabalho, os altos índices de rotatividade, os baixos salários, levaram o movimento fordista ser chamado nos países periféricos de Fordismo periférico, Fordismo incompleto ou Fordismo autoritário.

· Fordismo não se confunde com Taylorismo.

· Taylorismo: caracteriza-se pela intensificação do trabalho através de sua racionalidade científica, tendo como objetivo eliminar os movimentos inúteis através da utilização de instrumentos de trabalho mais adaptados à tarefa. Aplicado em empresas médias e pequenas.




· Fordismo: estratégia mais abrangente de organização da produção, envolvendo uma extensa mecanização, com o uso de máquinas e ferramentas especializadas, linha de montagem e esteira rolante e crescente divisão do trabalho. Aplicado em organizações de grande porte, produtoras de bens de consumo duráveis, tendo em vista a produção de produtos padronizados, para consumo em massa.

· Nos anos 70 ocorrem mudanças significativas nas formas de produção fordista em razão de pressões competitivas, causadas, principalmente, pela concorrência.

· Desenvolve-se um intenso debate sobre as mudanças, o que leva a uma ruptura em relação ao modelo fordista (pós-Fordismo), ou, ao contrário, uma conformidade, apenas com novas roupagens (neo-Fordismo).

· A utilização de tecnologia de base microeletrônica põe em cheque o sistema Fordista.

§ O primeiro indicativo do estremecimento do modelo Fordista ou sua primeira visualização ocorre nos EUA.

§ A queda de produtividade no trabalho, implica na crescente perda de competitividade da economia norte americana no mercado internacional.

§ No ambiente interno da organização, constata-se um movimento de lutas e resistências nos locais de trabalho, expressas nos índices de absenteísmo, de turnover, nos defeitos de fabricação e na quebra de ritmo na produção.

§ O avanço do poder do sindicato, que exigem a continuação dos ganhos de produtividade, contribui também com o enfraquecimento do modelo de gestão Fordista.

§ Os sindicalistas começam a recusar o trabalho parcelado, repetitivo, fragmentado, rotinizado, pois desqualificava a MO.

§ Os jovens e estudantes, que questionavam este “modo americano de viver”, questionam as formas de uso social de seu saber.

§ Começa uma onda de protestos, que não se limita à sociedade americana, e um movimento de “indisciplina social”.

§ No final dos anos 60, aparece, com a crise fordista, a trasnferibilidade do modelo japonês. Surge um novo paradigma que rompe com os princípios fundamentais do fordismo.

§ Em linhas gerais, nos anos 70 se evidenciou a crise do fordismo norte americano, rebelando-se contra aquele padrão de trabalho e de vida.

§ Em uma imensa maioria de estudos, toma-se como referência o sistema de gestão e organização da produção e do trabalho, criado pela Toyota, daí a denominação de “toyotismo”, também denominado de “ohnismo”.


Texto: Fordismo e Pós-Fordismo – Sônia M. G. Laranjeira.