21 de agosto de 2008

1. SHORT PAPER: CARACTERÍSTICAS E OBJETIVOS

O SHORT PAPER é um trabalho acadêmico que se limita à discussão de apenas uma idéia sobre um aspecto da realidade observada. Em outras palavras, neste trabalho, pede-se ao acadêmico que elabore e desenvolva um argumento, ou seja, que ele, de maneira crítica e objetiva, posicione-se diante da questão a ser elaborada ao longo do trabalho.
O trabalho deverá conter os seguintes elementos:
a) dados de identificação nomeando a universidade, curso, período, disciplina, professor e aluno — todos no cabeçalho da folha (A4);
b) título obrigatório;
c) objetivo destacado no primeiro parágrafo, com a delimitação do corpus de análise, ou seja, deve ficar claro para o leitor o eixo temático destacado pelo acadêmico;
d) desenvolvimento, discussão, análise ou descrição do assunto em foco. O acadêmico deve fundamentar seu ponto de vista. O posicionamento não poderá ficar no achismo;
e) notas conclusivas, isto é, no último parágrafo, o acadêmico deverá apresentar com concisão as principais posições assumidas no trabalho;
f) bibliografia de todo o suporte teórico utilizado como fonte de pesquisa;
g) todo o trabalho deverá seguir, rigorosamente, as normas da ABNT. Quando o paper apresentar em seu foco central a interpretação de um componente social ou empresarial específico, vivenciada pelo acadêmico, será necessário citar o local ou espaço a que se refere o fenômeno.

O trabalho não pode ultrapassar nem ser menor do que uma lauda, ou seja, uma folha A4. Nesse espaço, o acadêmico deve ser objetivo e colocar a essência das suas reflexões. Por esta razão, o SHORT PAPER dispensa elementos usualmente obrigatórios aos demais trabalhos acadêmicos (capa, sumário, introdução, desenvolvimento, conclusão, etc.).
Para o nosso espaço acadêmico, somente serão aceitos trabalhos elaborados a partir dos textos recomendados pelo professor. Caso o acadêmico tenha o interesse em fazer o trabalho com textos que não foram disponibilizados, o mesmo deverá apresentá-lo previamente, para que possamos verificar a possibilidade de usá-los.

2. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A proposta de composição do SHORT PAPER prevê a produção de um texto capaz de circular com eficiência no meio acadêmico. Desse modo, não basta escrever sobre um determinado tema na modalidade culta da língua. Antes, é preciso ter em vista todas as condições contextuais que interferem na situação de produção, circulação e recepção do texto. Isso significa que o produtor do SHORT PAPER deve levar em conta, entre outros fatores, os conhecimentos necessários à discussão do assunto a ser tratado, os efeitos de sentido que pretende provocar e, principalmente, o leitor ao qual o texto se dirige.



No entanto, além da consideração do funcionamento do SHORT PAPER enquanto produção comunicativa acadêmica, a avaliação dos textos se dará com base na observação de outros aspectos, a saber: a compreensão da proposta de atividade; a coerência e relevância dos argumentos e conceitos selecionados; a organização dos argumentos/conceitos na superfície do texto; e, por fim, a adequação no uso da língua escrita.

3. COMENTÁRIOS ÚTEIS

3.1. Apresentação

· O cabeçalho dever conter corretamente os dados de identificação da universidade, do curso, do período, da disciplina, do professor e do aluno.

· Os parágrafos devem ser sinalizados com o recuo a 1,25cm da margem esquerda.

· O texto deverá ser digitado em espaço 1,5 entre linhas, e a fonte recomendada é a Times New Roman, tamanho 12, em papel A4.

· A referência bibliográfica deve ser identificada e obedecer às normas da ABNT.

· É importante observar o alinhamento do texto, procurando ajustá-lo também na margem direita (através da ferramenta “justificar” da barra de ferramentas do Windows).

3.2. Conteúdo

· O SHORT PAPER não pretende ser uma paráfrase de um texto original. Trata-se de um trabalho acadêmico em que se busca discutir uma idéia a partir de um texto proposto pelo professor. Portanto, a argumentação tem relevância nesse tipo de trabalho. O simples repasse (ou repetição) de idéias abordadas na referência bibliográfica não corresponde à proposta da atividade.

· As citações devem obedecer às regras gerais de apresentação de citações da ABNT, do contrário, tornam-se apropriações indevidas.






· O trabalho acadêmico, em função de sua pretensão científica, preza pela objetividade e impessoalidade, em detrimento da subjetividade. Dessa forma, é mais apropriado o emprego da 3ª pessoa na construção do texto, evitando-se a 1ª pessoa, que dá um caráter mais pessoal — e, portanto, subjetivo — ao texto.

· É importante evitar a repetição excessiva de palavras e/ou expressões, pois isso torna cansativa a leitura e empobrece o texto.

· As frases curtas facilitam o entendimento do leitor e colaboraram para o emprego eficiente das pontuações e concordâncias nominais e verbais. Frases muito extensas demandam, por exemplo, um número maior de vírgulas, que podem dificultar o seu bom emprego e a própria leitura.

· O emprego do “onde” deve limitar-se a indicar lugares, física e geograficamente falando.

· “A fim de” sinônimo de “com o objetivo/propósito de” deve ser grafado separado (não “afim”), assim como “a partir de” (não “apartir de”).

· As palavras e expressões estrangeiras devem ser sinalizadas com a fonte em itálico ou vir entre aspas.

4. 27 DICAS PARA ESCREVER BEM

1. Vc. deve evitar ao máx. abrev., etc.

2. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, segundo deve ser do conhecimento inexorável dos copidesques. Tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.

3. Anule aliterações altamente abusivas.

4. "não esqueça das maiúsculas", como já dizia dona loreta, minha professora lá no colégio alexandre de gusmão, no ipiranga.

5. Evite lugares-comuns assim como o diabo foge da cruz.

6. O u so de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.

7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.

8. Chute o balde no emprego de gíria, mesmo que sejam maneiríssimas, tá ligado na fita, mano?

9. Palavras de baixo calão podem transformar sua porra de texto numa merda.

10. Nunca generalize: generalizar, em todas as situações, sempre é um erro.

11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.

12 . Não abuse das citações. Como costuma dizer meu amigo: "Quem cita os outros não tem idéias próprias".

13. Frases incompletas podem causar.

14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma idéia.

15. Seja mais ou menos específico.

16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!

17. A voz passiva deve ser evitada.

18. Use a pontuação corretamente o ponto e a vírgula especialmente será que ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação

19. Quem precisa de perguntas retóricas?

20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.

21. Exagerar é cem bilhões de vezes pior do que a
moderação.

22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"

23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.

24. Não abuse das exclamações! Nunca! Seu texto fica horrível!


25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a
torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.

26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língüa portuguêza.

27. Seja incisivo e coerente, ou não.

Comentários sobre os primeiros Shorts Papers:

Antes de tudo, devo dizer que vários textos demonstram um grande potencial. Alguns chegaram a me impressionar pela qualidade da escrita e pela maturidade da reflexão desenvolvida. No entanto, limito-me, aqui, a listar alguns pontos que, em minha opinião, precisam ser mais bem trabalhados, de um modo geral.

1. O problema mais freqüente tem a ver com a representação que os alunos fazem de seus leitores. Há muitos textos que se dirigem a um leitor específico: o professor. E como o professor sabe perfeitamente de que se trata o material proposto para análise, tais textos não se preocupam em apresentar a fonte de pesquisa. Essa postura é bastante compreensível, afinal, na grande maioria das vezes, o professor é mesmo o único leitor. No entanto, em se tratando de um texto acadêmico, é preciso que o aluno tente ter uma visão mais abrangente de seus leitores. Acredito que, ao escrever um Short Paper, o aluno deva ter em vista não um leitor específico — uma vez que não se trata de uma carta pessoal — e, sim, qualquer leitor de sua área de conhecimento.

2. Talvez, por uma herança dos tempos de escola, alguns alunos apresentam uma grande dificuldade em escrever para um leitor acadêmico. Não são poucos os textos que ‘entram no jogo’ do material proposto. Como os comentários e entrevistas analisados, em geral, fornecem ‘dicas’ sobre o mundo corporativo, há vários textos que tentam fazer o mesmo. É muito comum encontrar nos trabalhos frases como: “Se você quer ter sucesso e ganhar dinheiro, precisa ser um bom líder...”. Creio que o aluno possa (e deva!) expressar suas opiniões, mas com a consciência de que um trabalho acadêmico dirige-se a um leitor acadêmico, interessado não em ‘dicas’, mas em uma reflexão crítica adequada à situação. Isso, no entanto, não quer dizer que o texto tenha de ser necessariamente complexo. Outra herança da escola é a idéia de que ‘texto bom é texto difícil’. Trata-se, a meu ver, de uma concepção bastante equivocada que pôde ser observada em alguns trabalhos. Porém, recorrendo a palavras e construções sintáticas aparentemente eruditas e rebuscadas, o resultado a que se chega, geralmente, constitui um texto obscuro e incompreensível. Prefiro a concepção segundo a qual ‘texto bom é aquele que privilegia a interpretação do leitor’.



3. Outro problema muito freqüente, também relacionado ao que foi dito acima, refere-se ao fato de que muitos textos apenas reproduzem as informações do material proposto para análise. Além disso, em boa parte desses textos, não há nenhuma referência à fonte de pesquisa. Ou seja, as informações reproduzidas não são devidamente atribuídas aos seus respectivos autores. Não me refiro apenas às referências bibliográficas ao final do trabalho. Refiro-me à apropriação indevida de informações. Por isso, sugiro uma breve apresentação do material consultado (autor, data, assuntos principais etc.), seguida de uma reflexão crítica clara e consistente. Quanto à referência bibliográfica em si, muitas estão fora dos padrões da ABNT. Recomendo, nesse caso, o manual da PUC Minas para trabalhos acadêmicos, que pode ser encontrado no endereço: http://www.pucminas.br/documentos/normalizacao_monografias.pdf

4. Por fim, minha última observação diz respeito à necessidade de os alunos revisarem com mais atenção os próprios textos. Penso que quase todos os problemas de pontuação, ortografia, coesão e coerência poderiam ser atenuados com uma revisão mais atenta dos trabalhos.

Espero que essas observações sejam úteis e encontro-me à disposição para qualquer dúvida.